Desaparecimento de Srila Shridhar Maharaj

Uma postagem em homenagem ao dia do Desaparecimento do Magnânimo Mestre Espiritual Srila Sridhar Maharaj:

Por Sua Divina Graça Srila Bhakti Sundar Govinda Dev-Goswami Maharaj:

" Expandindo a este mundo os seus passatempos e como salvador dos caídos, o Senhor libertou todas as almas sofredoras, incluindo a mais desafortunada.

Contemplando sua sagrada forma de misericórdia concentrada, as almas afortunadas caem desmaiadas no êxtase do amor divino.

A beleza sem par de sua forma, deslumbra em seu brilho; na benevolência de seu nobre coração e no brilho lunar da doçura do amor.

Gênio, afeição, gravidade e magnanimidade inconcebíveis - um trovão destroçando o saber mundano, o reservatório que concede a santidade.

Seus pés são refrescantes como dez milhões de luas - em seu serviço deposito toda fé; um dia, por sua grça beberemos o néctar dos passatempos de Radha-Govinda."



Todas as Glórias a Sri Guru e Gouranga!

"Sri Chaitanya Mahaprabhu veio para nos direcionar rumo ao nosso verdadeiro interesse interno: Você não conhece o seu próprio coração. Você é um estrangeiro no seu coração e pelo que ele clama. Existe uma riqueza dentro do seu coração - tente encontrá-la: elimine as coisas estrangeiras e encontrará o seu coração como sendo um templo de Krishna. Com auxílio do guia apropriado, busque no seu próprio coração e você encontrará Krishna lá.Isso não é algo estranho para você. Todo Coração é um templo do Senhor. É sua propriedade, sua morada. De volta a Deus, de volta ao Lar."
Das Instruções Nectáreas do Guardião da Devoção

Sequência para prática de Asanas


Os asanas (pronuncia-se ássanas), são a parte mais conhecida da Yoga no ocidente. São as famosas posturas psicofísicas, aliadas importantes daquele que deseja progredir no caminho do auto-conhecimento.

No nível físico, os asanas promovem a saúde de todos os sistemas orgânicos, aumentando a imunidade, a capacidade digestiva e respiratória. Regulam as funções hormonais, restabelecem e protegem o sistema nervoso, fortalecem os ossos, dão firmeza e resistência aos músculos, promovem a saúde das articulações aumentando a flexibilidade do corpo, e favorecem a eliminação de toxinas pelo sistema excretor, trazendo para o corpo vitalidade e beleza.

No nível energético, os asanas promovem a livre circulação do prana por todo o corpo, ativando os chacras, desobstruindo os canais de energia e estimulando os vayus. Permitindo com que o praticante leve a consciência para cada parte do corpo.

No nível psíquico, os asanas trazem clareza e vigor mental, eliminando as distrações e o conseqüente desperdício de energia. Além disso, proporcionam conforto e bem-estar eliminando estados mentais como desânimo, depressão, desamparo, desespero, fadiga crônica, síndrome do pânico, melancolia, raiva, mágoa, ressentimento e rancor.

Entretanto, os asanas são apenas uma das ferramentas que a Yoga oferece no caminho de auto-conhecimento e auto-realização. Seria ingênuo afirmar que somente com a prática de asanas é possível remover todos os obstáculos que se colocam no caminho do praticante. O que eles oferecem é uma resistência física maior, e uma mente mais focada e estável para que a pessoa siga com mais conforto e determinação na sua busca por livrar-se das amarras mundanas e retornar à Deus, o Absoluto, a Suprema Realidade Original.

Como dito anteriormente, a prática de asanas deve ser feita com muita atenção, observando as mudanças na respiração e mantendo uma mente atenta. Lembramos que o prana é o veículo da consciência, e dessa forma, onde há consciência há energia. Portanto quando levamos a nossa atenção a uma parte qualquer do corpo, o prana flui naturalmente para ali. Maior benefício trará a prática de asanas se em cada postura o praticante estiver consciente do seu corpo como um todo. Essa atitude fará também com que o praticante respeite os seus limites evitando lesões e desgastes desnecessários enquanto pratica os assanas.

Podemos dividir os asanas em oito categorias diferentes:
1- posturas em pé: fortalecem e alongam as pernas, equilibram, centralizam e fortalecem o tronco. Ex: tadasana, chandrasana, virabhadrasana.

2- posturas de equilíbrio: fortalecem as pernas, centralizam o corpo, proporcionam equilíbrio e firmeza para o corpo e para a mente. Ex: vrksana, natarajasana.
3- posturas de equilíbrio dos braços: fortalecem os braços e o peito, proporcionam equilíbrio e firmeza, desenvolvem determinação e perseverança. Ex: kakasana.
4- posturas de abertura de quadril: alongam as pernas, melhoram a circulação sanguínea na região do quadril, regulam distúrbios menstruais e sexuais, preparam a gestante para um parto melhor. Ex: baddha konasana, upavista konasana.
5- posturas extensão: melhoram a atividade respiratória, ativam os chacras, previnem cardiopatias, aumentam a flexibilidade da coluna, trazem vitalidade para o corpo ativando o prana vayu. Ex: ustrsana, dhanurasana, purvotanasana, chacrasana.
6- posturas de flexão para frente: regulam e revitalizam o sistema digestivo, aumentam a flexibilidade da coluna, eliminam tensões e dores nas costas, promovem a circulação de energia na região do quadril, alongam a parte posterior das pernas, prevenindo varizes. Espantam estados de fadiga crônica, depressão e desânimo. Ativam o apana vayu. Ex: paschimotanasana, uttanasana, vraja yogasana, janu sirsasana.
7- posturas de torção: atuam na desintoxicação do organismo e são extremamente importantes para a saúde das vértebras. Ex: matsyendrasana, mricyasana.
8- posturas de inversão: ajudam no retorno venoso, melhorando a circulação do sangue e a atividade respiratória, previnem varizes, regulam a atividade hormonal, principalmente da glândula tireóide. Favorecem a memória e o bom funcionamento do cérebro. Ex: salamba sarvangasana, sirsasana.

Recomenda-se que o praticante equilibre sua prática buscando incluir posturas de diferentes categorias.

SEQUÊNCIA BÁSICA PARA A PRÁTICA DIÁRIA:

1 – Abertura da prática: inicie com uma pequena meditação. Coluna ereta, cabeça alinhada, ossos das nádegas no chão, atenção no momento presente, ouça os sons à sua volta. Pratique a respiração completa com ujjayi pranayama e depois nadi sodhana. Entoe o mantra “Om” por três vezes;

2 – Tadasana (postura da montanha): de pé, corpo equilibrado, pés juntos, peso distribuído igualmente nos dois pés, coluna ereta, peito projetado pra frente, energia ascendente da base da coluna até o topo da cabeça, respiração completa, corpo imóvel como uma montanha. Permanência de 2 a 3 minutos.

3 - Padasana (postura da oração): a partir da postura da montanha, posicione as mãos unidas na altura do peito, mantendo a estabilidade e o equilíbrio da postura. Inspirando pode-se elevar as mãos acima da cabeça permanecendo nas pontas dos pés, fixando a atenção em um ponto. Expirando vai desenhando um círculo bem aberto em torno de si mentalizando um círculo de luz à sua volta.

4 – Movimento do elefante: mantenha as pernas um pouco separadas e, abrindo os braços, gire o tronco para direita e para esquerda deixando que o peso dos braços realize a torção na coluna. Cada expiração torça o corpo para um lado.

5 – Chandrasana (postura da lua): com as pernas um pouco abertas, inspire erguendo o braço direito até acima da cabeça. Expirando deixe o braço direito cair para o lado esquerdo, inclinando também o tronco e o pescoço. Sinta o alongamento lateral do corpo mantendo uma respiração calma e constante. Mantenha-se por 30 segundos a um minuto. Inspirando retorne a posição inicial e repita a postura para o lado oposto.

6 - Virabhadrasana II (postura do guerreiro II): separando bem as pernas e os braços, expanda o tórax. Respire profundamente. Gire o pé direito 90 graus para a direita, o pé esquerdo um pouquinho. Estique bem os braços, expire e vá dobrando a perna direita o máximo que puder até a coxa permanecer quase paralela ao chão. Não deixe que o joelho direito se projete à frente do tornozelo. Mantenha o tronco firme e estável na posição ereta, sem inclinar. Respire normalmente e mantenha uma atitude de determinação. Inspire e estique o joelho até as duas pernas estarem novamente esticadas. Repita o movimento para o lado oposto.

7 – Vrksasana (postura da árvore): retorne à postura da montanha e, mantendo a atenção focada em um ponto fixo, levante a perna esquerda, concentrando o peso do corpo na perna direita. Apóie o pé esquerdo na coxa direita, inspire e levante os braços acima da cabeça, mantendo as mãos unidas, sem criar tensão nos ombros. Permaneça por cerca de um minuto e retorne à postura da montanha. Equilibre a respiração e repita a postura sobre a perna esquerda.

8 – Uttanasana (postura intensa): a partir da postura da montanha, expire e deixe o corpo cair para frente descontraindo os ombros e as costas e alongando a parte posterior das pernas. Apóie os pés de forma uniforme no chão e mantenha as pernas esticadas na posição vertical. Permaneça de três a cinco minutos na posição, deixando os braços e o pescoço bem descontraídos.


9 – Dandasana (postura da bengala): a partir de uttanasana, flexione as pernas e repouse a base da coluna no chão. Estique as pernas para frente, mantendo os pés apontando para cima. Coloque as mãos ao lado do quadril e, com os braços esticados ao longo do tronco, mantenha a coluna estável, em um ângulo próximo a 90° em relação às pernas, peito e ombros abertos.

10 - Janu Sirsasana (postura da cabeça no joelho): em dandasana, flexione a perna esquerda colocando a sola do pé junto à parte interior da coxa, próximo ao períneo. Expirando incline o tronco para frente na direção da perna esticada. Os braços esticam-se para frente de forma que as mãos toquem, ou se aproximem do pé direito. A coluna se flexiona naturalmente. Mantenha os ombros e pescoço bem descontraídos. Permaneça respirando calmamente por cerca de um minuto. Inspire, erga o tronco na posição ereta, estique a perna esquerda, realize a postura da bengala e em seguida repita a postura com a outra perna dobrada.

11 - Baddha Konasana (postura do ângulo enlaçado) em dandasana traga os pés juntos até o períneo, deixando os joelhos caírem para os lados. Inspire, erga a cabeça para cima e projete o peito para frente. Expire e flexione a coluna para frente, soltando o peso do corpo sobre as virilhas. Aproxime o máximo a cabeça dos pés e as coxas do chão. Inspirando erga o tronco novamente e abrace as pernas, juntando os dois joelhos.

12 - Utkasana (postura de cócoras): apóie as mãos no chão e retire o quadril do chão, mantendo, se possível os pés completamente apoiados no chão. Se não puder pode ficar na ponta dos pés. Permaneça de um a três minutos na postura de cócoras, favorecendo o bom funcionamento dos intestinos.

13 - Kakasana (postura do corvo): apóie os joelhos nos cotovelos e concentre o peso do corpo nos braços, mantendo-se na ponta dos pés. Com o tempo pode-se arriscar a tirar os pés do chão apoiando-se apenas nos braços. Permaneça na postura o tempo que conseguir, mantendo a respiração estável.

14 - Paschimottanasana (postura do intenso estiramento do oriente): a partir da postura da bengala, inicline o tronco para frente com uma expiração, aproximando as mãos dos pés. Mantenha a respiração normal enquanto permanece na postura realizando uma flexão total da coluna para frente. Inspirando retorne à postura da bengala. Permaneça de uma a três minutos na postura.

15 - Purvotanasana (intenso estiramento do leste): a partir da postura da bengala, leva-se as mãos (encostando no chão) para trás do corpo. Inspirando erga o corpo todo do chão, procurando manter toda planta dos pés no chão. Umbigo pro céu, cabeça levemente inclinada para trás. Procure abrir bem o peito e os ombros e fortaleça os músculos do abdômen. Permaneça entre 30 segundos a um minuto na postura.

16 - Torção Simples: mantenha a postura da bengala. Erga os dois braços acima da cabeça expirando gire a coluna para a direita e leve o braço direito para trás do corpo e o braço esquerdo ao lado da coxa direita. Mantendo as mãos no chão realize uma torção maior na coluna a cada expiração. Permaneça um minuto e com uma inspiração retorne à postura da bengala. Execute o exercício para o lado oposto.
* Pode-se variar, dobrando o joelho direito, usando o braço esquerdo para intensificar a torção.

17 – Maricyasana (postura do sábio Maricy): em dandasana, flexione e eleve o joelho direito, mantendo a sola do pé no chão e a perna esquerda esticada com os dedos do pé apontando para cima. Passe o braço esquerdo por fora do joelho direito. Com uma expiração pressione o braço contra o joelho direito realizando uma torção na coluna. Leve junto o pescoço no movimento. Importante manter a coluna bem colocada e o mais ereta possível para que o trabalho de torção não prejudique as vértebras. Permaneça respirando calmamente por cerca de 30 segundos. Com uma inspiração retorne o tronco ao centro, volte à postura da bengala e realize o movimento para o lado oposto.

18 - Navasana (postura do barco): a partir de dandasana, flexione os dois joelhos mantendo as solas dos pés no chão. Inspirando incline o tronco para trás e, soltando o ar, retire os pés do chão procurando manter as pernas esticadas numa inclinação próxima a 45°. Se não conseguir isso, pode inclinar mais o tronco e aproximar os pés do chão. Estique os braços apontando-os firmemente na direção dos pés. Faça um esforço para manter a coluna o mais ereta possível. Sinta o trabalho na região abdominal. Permaneça de 30 segundos a 1 minuto na postura, dando ênfase à expiração. Inspirando retorne à postura da bengala.

19 – Salabhasana (postura do gafanhoto): em dandasana, coloque os cotovelos no chão e calmamente coloque o seu corpo deitado no chão, virando depois com a barriga para baixo. Mantenha o queixo no chão, os braços esticados para baixo e as mãos abertas pressionando o chão. Expire e erga as duas pernas do chão, o máximo que puder. Inspirando erga a cabeça, o peito, e os braços, mantendo apenas a região abdominal no chão. Os braços permanecem firmes apontando para trás. Sinta a contração e o fortalecimento dos músculos das costas. Permaneça o tempo que puder e depois expire retornando ao chão. Vire a cabeça de lado e relaxe um pouco o corpo.


Salabhasana

20 – Dhanurasana (postura do arco): ainda de bruços, flexione os joelhos e segure os pés ou a canela com as mãos. Expire e levante as pernas com os braços na direção do teto. Inspirando, puxe com as pernas os braços para trás retirando o tronco do chão. Erga a cabeça e sinta a intensa extensão na coluna. Permaneça na postura o tempo que puder com uma respiração mais curta. Se quiser pode realizar um movimento de balanço, para frente e para trás. Expire, soltando os braços das pernas e retorne ao chão. Vire a cabeça de lado e relaxe um pouco o corpo.

21 – Ustrasana (postura do camelo): estando de bruços, coloque suas mãos na altura do peito e erga o corpo na postura da mesa com as mãos e os joelhos apoiando no chão. Levante o tronco e fique de joelhos. Com as mãos na cintura, inspire e incline o tronco e a cabeça para trás, realizando uma extensão na coluna. Se não sentir a coluna lombar, apóie primeiramente uma mão no calcanhar e depois a outra. Com uma inspiração projete o peito para cima e para frente abrindo completamente os ombros e a caixa toráxica. Mantenha uma respiração curta, por 30 segundos a 1 minuto. Coloque uma mão na cintura, depois a outra e expirando sente sobre o calcanhar preparando para realizar a postura da reverência.
* Essa postura deve sempre ser compensada com a postura da reverência.

22 - Vraja Yogasana (postura da reverência): sentando-se sobre o calcanhar continue expirando enquanto flexiona o tronco a frente até sua cabeça encostar ou se aproximar do chão. Estique os braços para frente e preste uma reverência aos mestres da Yoga, ao espaço da prática, ao que há de mais sagrado dentro de você. Relaxe bem o pescoço e permaneça de 1 a 2 minutos na postura contrapondo o esforço realizado na região lombar pela postura anterior.

23 - Adho Muka Svanasana (postura do cachorro olhando para baixo): a partir da postura da reverência, erga o quadril, esticando as pernas. Mantenha as mão sobem abertas apoiando no chão e distancie mais um pouco os braços das pernas. Mantenha os pés um pouco separados e, expirando, contraia o abdômen e empurre o chão para frente com as mãos, buscando manter a coluna ereta e projetando o cóccix para trás e para cima tal qual um cachorro quando espreguiça. Mantenha os pés paralelos, apontando para frente, e as pernas bem esticadas realizando um alongamento na região posterior. Se não conseguir manter os calcanhares no chão, faça com que eles busquem o chão. Respire normalmente e permaneça na postura por pelo menos dois minutos. Expire e retorne com os joelhos no chão, na postura da mesa.


Adho Muka Svanasana

24 - Balancinho: a partir da postura da mesa, sente-se sobre os calcanhares e depois estique as pernas para frente na postura da bengala. Com a ajuda dos cotovelos, deite-se de costas para o chão e flexione os joelhos fazendo as coxas se encontrarem com o abdômen. Abraçando os joelhos balance o corpo para frente e para trás, realizando um massageamento dos músculos ao longo de toda a coluna. Balance, em seguida, de um lado para o outro, massageando os músculos laterais das costas e os rins. Inspire, estique as pernas e permaneça na postura deitada.

25 - Torção deitada: com a barriga para cima, flexione o joelho direito, aproximando a coxa do abdômen e mantendo o pé direito junto da coxa esquerda. Estique o braço direito para o lado direito e, expirando, empurre o joelho direito para a esquerda o máximo possível realizando a torção na coluna. Procure manter os dois ombros no chão. Inspire, traga o joelho de volta, repouse a perna no chão e realize o movimento para o lado oposto.

26 - Salamba Sarvangasana (postura da vela): com o corpo deitado, inspire e erga as pernas noventa graus do chão, mantendo todo o longo da coluna no solo e aponte os pés para cima. Levante também os braços apontando-os para cima. Permaneça alguns segundos, respirando normalmente. Em seguida, apoiando as palmas das mãos no chão, e inspirando, erga o tronco chão, com um leve balanço das pernas para trás. Dobre os cotovelos e apóie o tronco com as mãos. Vá erguendo o corpo o máximo possível, aproximando o peito do queixo. Mantenha o pescoço bem alinhado e não olhe para o lado enquanto realiza a postura. Fique cerca de cinco minutos na posição (exceto em período de menstruação). Em seguida deixe as pernas caírem para trás da cabeça, mantendo o pescoço alinhado durante todo o exercício. Expirando vai desfazendo a postura, encaixando vértebra por vértebra no chão.
* A postura da vela não é muito recomendada para mulheres em período de menstruação.

27 - Matsyanasana (postura do peixe): após a postura da vela, praticar essa postura para compensar o trabalho realizado na região do pescoço. Deitando com a barriga para cima apóie os cotovelos no chão e levante cabeça. Inspire abrindo o peito e colocando o topo da cabeça no chão. Respire normalmente e fique cerca de 30 segundos na posição. Para retornar apóie bem os cotovelos no chão e levante a cabeça, colocando, por fim, o corpo na postura deitada.

28 - Savasana (postura do cadáver): com o corpo deitado, separe um pouco as pernas e deixe os pés caírem para os lados. Aponte as palmas das mãos para cima numa atitude receptiva. Relaxe todo o corpo. Passeie com a atenção dos pés à cabeça e elimine toda as tensões musculares. Entregue-se à mãe terra, mantenha uma respiração suave e abdominal e a mente focada no momento presente. Permaneça de cinco a dez minutos na posição. Depois levante-se calmamente, espreguiçando e colocando-se na postura sentada, com a coluna ereta para fechar a prática.

Encerramento da prática: sente-se confortavelmente com a coluna ereta. Agradeça à presença toda-luminosa em seu coração e faça uma oração de fé em prol da saúde a da cura das pessoas à sua volta e do planeta. Entoe o mantra “Om” três vezes. Pratique novamente o Vraja Yogasana prestando reverência aos mestres da Yoga. Encerre a prática com alegria e disposição.

Namastê!

A Verdade revelada (Parte V)

Grandes Companheiros! Essa é a publicação final da aula "A Verdade Revelada" de Sua Divina Graça Srila B.S Govinda Dev-Goswami Maharaj!

Enjoy it!



A Exclusiva Necessidade da Devoção
Pessoas que tem qualificações mundanas e pessoas que não tem qualificações mundanas são iguais para Krishna. Krishna quer somente nosso entusiasmo e anseio, nosso humor de devoção. Se tivermos isso então Krishna será misericordioso conosco. E Krishna é como um sol muito brilhante, Seus raios podem dispersar toda inauspiciosidade de qualquer um. Então as qualificações mundanas de alguns não são importantes para Krishna, e as desqualificações mundanas de outros não são um problema para Krishna. No Srimad Bhagavad-gita Krishna diz,

patram puspam phalam toyam
yo me bhaktya prayachchhati
tad aham bhakty-upahrtam
asnami prayatatmanah
(Srimad Bhagavad-gita: 9.26)

“Se alguém Me oferece com amor e devoção uma folha, flor, fruto ou água, Eu aceitarei afetuosamente essa oferenda.”

murkho vadati visnaya dhiro vadati visnave
ubhayos tu samam punyam bhava-grahi janardanah
(Sri Chaitanya-Bhagavat: Adi-khanda, 11.108)

Aqueles que não conhecem adequadamente a gramática sânscrita ou como pronunciar mantras Védicos vão oferecer alimento ao Senhor dizendo, “Visnaya namah.” Esse é um erro gramatical comum. E aqueles que são peritos em gramática vão oferecer alimento ao Senhor dizendo, “Visnave namah.” Essa é a gramática correta. Mas se ambas as pessoas tem devoção, então o Senhor vai aceitar ambas as oferendas.

O Senhor não considera a gramática ou qualificações externas, Ele considera o coração. Ele vê somente o humor de devoção de cada um. Assim é necessário oferecer tudo ao Senhor com devoção, bhakya prayachchhati. Sem devoção nada é verdadeiramente satisfatório para o Senhor porque o Senhor é bhava-grahi Janardanah, o Desfrutador do humor devocional e dos corações dos devotos.

Uma vez quando eu estava em Puri Dham durante o tempo de Ratha-yatra o Diretor Geral de Polícia do estado de Orissa veio me visitar. Ele era muito erudito. Seu conhecimento era como um oceano e ele tinha derrotado muitos sadhus que já tinham chegado a Puri. Ele tinha lido sobre todos os diferentes tipos de filosofia, os escritos de Ramanuja, Sankaracharya, Buddha, Confucius, Cristianismo etc., e ninguém pôde derrotá-lo. Quando conversei com ele fiquei muito surpreso de ouvir dele um sloka muito bonito que é querido por todos os devotos,

vyadhasyacharanam dhruvasya cha vayo
vidya gajendrasya ka
kubjayah kim u nama rupam adhikam
kim tat sudamno dhanam
vamsah ko vidurasya yadava-pater
ugrasya kim paurusam
bhaktya tusyati kevalam na cha gunair
bhakti-priyo madhavah
(Padyavali: 8)

Esse sloka explica que a consciência de Krishna na verdade não depende de nenhuma qualificação externa, e apresenta vários exemplos do Srimad-Bhagavatam para provar isso: um caçador cuja prática de matar veados na selva de forma contrária à cultura Védica teve uma chance de adorar Narayan, assim o comportamento adequado sozinho não pode ser a causa do contentamento do Senhor.

Dhruva recebeu a misericórdia de Visnu quando tinha apenas cinco anos, então a idade não pode ser o único motivo para receber a misericórdia do Senhor.

Gajendra o elefante não tinha conhecimento Védico adequado mas o Senhor atendeu sua prece, então conhecimento não pode ser o único motivo para receber a graça do Senhor.

Kubja não era bonita mas ela satisfez o Senhor com sua devoção e Sudama Vipra não tinha fortuna mas satisfez o Senhor através de sua devoção.

Com esses exemplos e outros, esse sloka mostra que o Senhor é satisfeito pelo humor de devoção em Seus devotos, não por suas qualificações ou desqualificações externas.

Quando eu ouvi esse sloka do policial fiquei surpreso, “Esse homem é o chefe do departamento de polícia mas ele está citando este sloka que tem um tema puramente devocional.” Eu conversei com ele por cerca de meia hora e ele estava muito satisfeito. Agora, pelo desejo de Krishna, ele é meu muito bom amigo e quer se tornar meu discípulo.

Balançando numa balança de carne

Há também uma história no Mahabharata que eu contei muitas vezes sobre um caçador que usava uma Salagram-sila como peso em sua balança quando vendia carne no mercado para viver. Uma vez um brahmana veio e viu a Salagram-sila na balança de carne. Ele castigou o caçador, “Ó, você é um homem pecador! Você está usando uma Salagram-sila como peso para vender carne. Essa pedra é o próprio Senhor Narayan, você está cometendo uma grande ofensa.”

O caçador era muito simples de coração e acreditou no brahmana, que a pedra era o próprio Narayan. Ele ficou com medo e pediu desculpas ao brahmana, “Eu não sabia que essa pedra era uma Salagram-sila. O que devo fazer agora?”

O brahmana disse, “Dê-me essa Salagram-sila, eu vou me certificar de que ela seja adequadamente adorada.” Então o caçador deu ao brahmana a Salagram-sila e o brahmana adorou a Salagram-sila com Tulasi, abhisek, bhoga, arati e tudo mais.

O brahmana adorou a Salagram-sila adequadamente de acordo com todas as regras e regulamentos dos Vedas. Mas depois de dois ou três dias a Salagram-sila apareceu em sonho para o brahmana como o próprio Narayan e disse, “Eu estava muito feliz balançando na balança daquele caçador. Todo dia ele me nutria muito bem dessa maneira. Agora você perturbou Minha mente então por favor me devolva ao caçador.”

O Senhor não estava feliz por estar com alguém que estava simplesmente seguindo as regras e regulamentos dos Vedas. O que o brahmana fez não estava errado, estava correto de acordo com os Vedas. E foi o próprio Senhor quem deu as Escrituras Védicas para a sociedade. Mas o Senhor na verdade sempre quer estar com seus devotos exclusivos. O Senhor considera a fé, a dedicação e a devoção por Ele como supremas.

A Diversão e Satisfação de Krishna

Puro humor devocional, sincero espírito devocional, é a verdadeira base da rendição e dedicação, não as regras e regulamentos. Pura rendição é o real desejo de Krishna para as almas condicionadas. Srila Guru Maharaj me ensinou isso, eu aprendi isso dele e estou seguindo isso cem por cento, pelo menos estou tentando seguir isso cem por cento. Meus associados também estão procedendo desta maneira, na linha da pura consciência de Krishna – a busca por Sri Krishna, a Realidade, o Belo.

Esta é a genuína forma de religião.

Krishna é revolucionário, Krishna faz as regras e Krishna desobedece as regras. E por que? Para si próprio. “A Realidade existe por si e para si.” Krishna é a Realidade Absoluta por Si mesmo e para Si mesmo – tudo existe apenas para sua diversão e satisfação – e as almas-jiva que percebem este ideal revolucionário experimentam a suprema felicidade da consciência de Krishna.