O que é Yoga?
Yoga parte da premissa de que a verdadeira identidade do ser individual situa no plano da alma que, de acordo com autoridades no assunto, é constitucionalmente espiritual, sendo por isso eterna, plena de conhecimento e bem-aventurança: “Saiba que a alma que penetra o corpo inteiro é imperecível. Ela é imutável, perpétua, e ninguém pode destruí-la (Sri Gita 2.17).
Dessa forma, a prática de yoga visa limpar o espelho da alma, eliminando toda ignorância que faz com que a pessoa se identifique com aquilo que é presa do sofrimento e da morte. “Todas as misérias desaparecem quando se alcança o contentamento do coração. A inteligência de tal pessoa logo absorve-se inteiramente em sua meta desejada. Portanto, somente por meio de bhakti (devoção) tranqüiliza-se o coração (Sri Gita 2.65)”.
A idéia de Bhakti, ou devoção, aparece em Yoga à partir do amadurecimento desse processo de auto conhecimento, em que naturalmente começa a ser revelado no coração do praticante a sua relação eterna com o Absoluto. “A alma impecável e pura de coração, que está satisfeita no eu e atingiu sua natureza divina consciente, não se lamenta nem anseia por algo. Vendo a todos os seres igualmente, gradualmente atinge devoção suprema por Mim (Sri Gita 18.54).
A troca amorosa e recíproca com o Senhor Supremo, presente no âmago de tudo o que vive, traz para a alma todo o tipo de prazer extático que erroneamente é buscado nas coisas passageiras do mundo. “Eu reciproco à medida que a pessoa se refugia em Mim. Sendo a meta final de todas as filosofias e doutrinas, Eu sou o objetivo a ser alcançado por todos (Sri Gita, 4.11).
A partir do momento em que iniciamos nossa jornada rumo ao centro absoluto, percebemos, aos poucos, os doces vestígios de uma bela realidade transcendental a este plano da mortalidade. Experienciar doçuras vindas de províncias superiores é fundamental para que o praticante fortaleça sua fé e se sinta impelido a continuar sua trajetória.
ASANAS
Os asanas (pronuncia-se ássanas), são a parte mais conhecida da Yoga no ocidente. São as famosas posturas psicofísicas, aliadas importantes daquele que deseja progredir no caminho do auto-conhecimento.
No nível físico, os asanas promovem a saúde de todos os sistemas orgânicos, aumentando a imunidade, a capacidade digestiva e respiratória. Regulam as funções hormonais, restabelecem e protegem o sistema nervoso, fortalecem os ossos, dão firmeza e resistência aos músculos, promovem a saúde das articulações aumentando a flexibilidade do corpo, e favorecem a eliminação de toxinas pelo sistema excretor, trazendo para o corpo vitalidade e beleza.
No nível energético, os asanas promovem a livre circulação do prana por todo o corpo, ativando os chacras, desobstruindo os canais de energia e estimulando os vayus. Permitindo com que o praticante leve a consciência para cada parte do corpo.
No nível psíquico, os asanas trazem clareza e vigor mental, eliminando as distrações e o conseqüente desperdício de energia. Além disso, proporcionam conforto e bem-estar eliminando estados mentais como desânimo, depressão, desamparo, desespero, fadiga crônica, síndrome do pânico, melancolia, raiva, mágoa, ressentimento e rancor.
Entretanto, os asanas são apenas uma das ferramentas que a Yoga oferece no caminho de auto-conhecimento e auto-realização. Seria ingênuo afirmar que somente com a prática de asanas é possível remover todos os obstáculos que se colocam no caminho do praticante. O que eles oferecem é uma resistência física maior, e uma mente mais focada e estável para que a pessoa siga com mais conforto e determinação na sua busca por livrar-se das amarras mundanas e retornar à Deus, o Absoluto, a Suprema Realidade Original.
Como dito anteriormente, a prática de asanas deve ser feita com muita atenção, observando as mudanças na respiração e mantendo uma mente atenta. Lembramos que o prana é o veículo da consciência, e dessa forma, onde há consciência há energia. Portanto quando levamos a nossa atenção a uma parte qualquer do corpo, o prana flui naturalmente para ali. Maior benefício trará a prática de asanas se em cada postura o praticante estiver consciente do seu corpo como um todo. Essa atitude fará também com que o praticante respeite os seus limites evitando lesões e desgastes desnecessários enquanto pratica os assanas.
Podemos dividir os asanas em oito categorias diferentes:
1- posturas em pé: fortalecem e alongam as pernas, equilibram, centralizam e fortalecem o tronco. Ex: tadasana, chandrasana, virabhadrasana.
2- posturas de equilíbrio: fortalecem as pernas, centralizam o corpo, proporcionam equilíbrio e firmeza para o corpo e para a mente. Ex: vrksana, natarajasana.
3- posturas de equilíbrio dos braços: fortalecem os braços e o peito, proporcionam equilíbrio e firmeza, desenvolvem determinação e perseverança. Ex: kakasana.
4- posturas de abertura de quadril: alongam as pernas, melhoram a circulação sanguínea na região do quadril, regulam distúrbios menstruais e sexuais, preparam a gestante para um parto melhor. Ex: baddha konasana, upavista konasana.
5- posturas extensão: melhoram a atividade respiratória, ativam os chacras, previnem cardiopatias, aumentam a flexibilidade da coluna, trazem vitalidade para o corpo ativando o prana vayu. Ex: ustrsana, dhanurasana, purvotanasana, chacrasana.
6- posturas de flexão para frente: regulam e revitalizam o sistema digestivo, aumentam a flexibilidade da coluna, eliminam tensões e dores nas costas, promovem a circulação de energia na região do quadril, alongam a parte posterior das pernas, prevenindo varizes. Espantam estados de fadiga crônica, depressão e desânimo. Ativam o apana vayu. Ex: paschimotanasana, uttanasana, vraja yogasana, janu sirsasana.
7- posturas de torção: atuam na desintoxicação do organismo e são extremamente importantes para a saúde das vértebras. Ex: matsyendrasana, mricyasana.
8- posturas de inversão: ajudam no retorno venoso, melhorando a circulação do sangue e a atividade respiratória, previnem varizes, regulam a atividade hormonal, principalmente da glândula tireóide. Favorecem a memória e o bom funcionamento do cérebro. Ex: salamba sarvangasana, sirsasana.
Recomenda-se que o praticante equilibre sua prática buscando incluir posturas de diferentes categorias.
SEQUÊNCIA BÁSICA PARA A PRÁTICA DIÁRIA:
1 – Abertura da prática: inicie com uma pequena meditação. Coluna ereta, cabeça alinhada, ossos das nádegas no chão, atenção no momento presente, ouça os sons à sua volta. Pratique a respiração completa com ujjayi pranayama e depois nadi sodhana. Entoe o mantra “Om” por três vezes;
2 – Tadasana (postura da montanha): de pé, corpo equilibrado, pés juntos, peso distribuído igualmente nos dois pés, coluna ereta, peito projetado pra frente, energia ascendente da base da coluna até o topo da cabeça, respiração completa, corpo imóvel como uma montanha. Permanência de 2 a 3 minutos.
3 - Padasana (postura da oração): a partir da postura da montanha, posicione as mãos unidas na altura do peito, mantendo a estabilidade e o equilíbrio da postura. Inspirando pode-se elevar as mãos acima da cabeça permanecendo nas pontas dos pés, fixando a atenção em um ponto. Expirando vai desenhando um círculo bem aberto em torno de si mentalizando um círculo de luz à sua volta.
4 – Movimento do elefante: mantenha as pernas um pouco separadas e, abrindo os braços, gire o tronco para direita e para esquerda deixando que o peso dos braços realize a torção na coluna. Cada expiração torça o corpo para um lado.
5 – Chandrasana (postura da lua): com as pernas um pouco abertas, inspire erguendo o braço direito até acima da cabeça. Expirando deixe o braço direito cair para o lado esquerdo, inclinando também o tronco e o pescoço. Sinta o alongamento lateral do corpo mantendo uma respiração calma e constante. Mantenha-se por 30 segundos a um minuto. Inspirando retorne a posição inicial e repita a postura para o lado oposto.
6 - Virabhadrasana II (postura do guerreiro II): separando bem as pernas e os braços, expanda o tórax. Respire profundamente. Gire o pé direito 90 graus para a direita, o pé esquerdo um pouquinho. Estique bem os braços, expire e vá dobrando a perna direita o máximo que puder até a coxa permanecer quase paralela ao chão. Não deixe que o joelho direito se projete à frente do tornozelo. Mantenha o tronco firme e estável na posição ereta, sem inclinar. Respire normalmente e mantenha uma atitude de determinação. Inspire e estique o joelho até as duas pernas estarem novamente esticadas. Repita o movimento para o lado oposto.
7 – Vrksasana (postura da árvore): retorne à postura da montanha e, mantendo a atenção focada em um ponto fixo, levante a perna esquerda, concentrando o peso do corpo na perna direita. Apóie o pé esquerdo na coxa direita, inspire e levante os braços acima da cabeça, mantendo as mãos unidas, sem criar tensão nos ombros. Permaneça por cerca de um minuto e retorne à postura da montanha. Equilibre a respiração e repita a postura sobre a perna esquerda.
8 – Uttanasana (postura intensa): a partir da postura da montanha, expire e deixe o corpo cair para frente descontraindo os ombros e as costas e alongando a parte posterior das pernas. Apóie os pés de forma uniforme no chão e mantenha as pernas esticadas na posição vertical. Permaneça de três a cinco minutos na posição, deixando os braços e o pescoço bem descontraídos.
9 – Dandasana (postura da bengala): a partir de uttanasana, flexione as pernas e repouse a base da coluna no chão. Estique as pernas para frente, mantendo os pés apontando para cima. Coloque as mãos ao lado do quadril e, com os braços esticados ao longo do tronco, mantenha a coluna estável, em um ângulo próximo a 90° em relação às pernas, peito e ombros abertos.
10 - Janu Sirsasana (postura da cabeça no joelho): em dandasana, flexione a perna esquerda colocando a sola do pé junto à parte interior da coxa, próximo ao períneo. Expirando incline o tronco para frente na direção da perna esticada. Os braços esticam-se para frente de forma que as mãos toquem, ou se aproximem do pé direito. A coluna se flexiona naturalmente. Mantenha os ombros e pescoço bem descontraídos. Permaneça respirando calmamente por cerca de um minuto. Inspire, erga o tronco na posição ereta, estique a perna esquerda, realize a postura da bengala e em seguida repita a postura com a outra perna dobrada.
11 - Baddha Konasana (postura do ângulo enlaçado) em dandasana traga os pés juntos até o períneo, deixando os joelhos caírem para os lados. Inspire, erga a cabeça para cima e projete o peito para frente. Expire e flexione a coluna para frente, soltando o peso do corpo sobre as virilhas. Aproxime o máximo a cabeça dos pés e as coxas do chão. Inspirando erga o tronco novamente e abrace as pernas, juntando os dois joelhos.
12 - Utkasana (postura de cócoras): apóie as mãos no chão e retire o quadril do chão, mantendo, se possível os pés completamente apoiados no chão. Se não puder pode ficar na ponta dos pés. Permaneça de um a três minutos na postura de cócoras, favorecendo o bom funcionamento dos intestinos.
13 - Kakasana (postura do corvo): apóie os joelhos nos cotovelos e concentre o peso do corpo nos braços, mantendo-se na ponta dos pés. Com o tempo pode-se arriscar a tirar os pés do chão apoiando-se apenas nos braços. Permaneça na postura o tempo que conseguir, mantendo a respiração estável.
14 - Paschimottanasana (postura do intenso estiramento do oriente): a partir da postura da bengala, inicline o tronco para frente com uma expiração, aproximando as mãos dos pés. Mantenha a respiração normal enquanto permanece na postura realizando uma flexão total da coluna para frente. Inspirando retorne à postura da bengala. Permaneça de uma a três minutos na postura.
15 - Purvotanasana (intenso estiramento do leste): a partir da postura da bengala, leva-se as mãos (encostando no chão) para trás do corpo. Inspirando erga o corpo todo do chão, procurando manter toda planta dos pés no chão. Umbigo pro céu, cabeça levemente inclinada para trás. Procure abrir bem o peito e os ombros e fortaleça os músculos do abdômen. Permaneça entre 30 segundos a um minuto na postura.
16 - Torção Simples: mantenha a postura da bengala. Erga os dois braços acima da cabeça expirando gire a coluna para a direita e leve o braço direito para trás do corpo e o braço esquerdo ao lado da coxa direita. Mantendo as mãos no chão realize uma torção maior na coluna a cada expiração. Permaneça um minuto e com uma inspiração retorne à postura da bengala. Execute o exercício para o lado oposto.
* Pode-se variar, dobrando o joelho direito, usando o braço esquerdo para intensificar a torção.
17 – Maricyasana (postura do sábio Maricy): em dandasana, flexione e eleve o joelho direito, mantendo a sola do pé no chão e a perna esquerda esticada com os dedos do pé apontando para cima. Passe o braço esquerdo por fora do joelho direito. Com uma expiração pressione o braço contra o joelho direito realizando uma torção na coluna. Leve junto o pescoço no movimento. Importante manter a coluna bem colocada e o mais ereta possível para que o trabalho de torção não prejudique as vértebras. Permaneça respirando calmamente por cerca de 30 segundos. Com uma inspiração retorne o tronco ao centro, volte à postura da bengala e realize o movimento para o lado oposto.
18 - Navasana (postura do barco): a partir de dandasana, flexione os dois joelhos mantendo as solas dos pés no chão. Inspirando incline o tronco para trás e, soltando o ar, retire os pés do chão procurando manter as pernas esticadas numa inclinação próxima a 45°. Se não conseguir isso, pode inclinar mais o tronco e aproximar os pés do chão. Estique os braços apontando-os firmemente na direção dos pés. Faça um esforço para manter a coluna o mais ereta possível. Sinta o trabalho na região abdominal. Permaneça de 30 segundos a 1 minuto na postura, dando ênfase à expiração. Inspirando retorne à postura da bengala.
19 – Salabhasana (postura do gafanhoto): em dandasana, coloque os cotovelos no chão e calmamente coloque o seu corpo deitado no chão, virando depois com a barriga para baixo. Mantenha o queixo no chão, os braços esticados para baixo e as mãos abertas pressionando o chão. Expire e erga as duas pernas do chão, o máximo que puder. Inspirando erga a cabeça, o peito, e os braços, mantendo apenas a região abdominal no chão. Os braços permanecem firmes apontando para trás. Sinta a contração e o fortalecimento dos músculos das costas. Permaneça o tempo que puder e depois expire retornando ao chão. Vire a cabeça de lado e relaxe um pouco o corpo.
Salabhasana
20 – Dhanurasana (postura do arco): ainda de bruços, flexione os joelhos e segure os pés ou a canela com as mãos. Expire e levante as pernas com os braços na direção do teto. Inspirando, puxe com as pernas os braços para trás retirando o tronco do chão. Erga a cabeça e sinta a intensa extensão na coluna. Permaneça na postura o tempo que puder com uma respiração mais curta. Se quiser pode realizar um movimento de balanço, para frente e para trás. Expire, soltando os braços das pernas e retorne ao chão. Vire a cabeça de lado e relaxe um pouco o corpo.
21 – Ustrasana (postura do camelo): estando de bruços, coloque suas mãos na altura do peito e erga o corpo na postura da mesa com as mãos e os joelhos apoiando no chão. Levante o tronco e fique de joelhos. Com as mãos na cintura, inspire e incline o tronco e a cabeça para trás, realizando uma extensão na coluna. Se não sentir a coluna lombar, apóie primeiramente uma mão no calcanhar e depois a outra. Com uma inspiração projete o peito para cima e para frente abrindo completamente os ombros e a caixa toráxica. Mantenha uma respiração curta, por 30 segundos a 1 minuto. Coloque uma mão na cintura, depois a outra e expirando sente sobre o calcanhar preparando para realizar a postura da reverência.
* Essa postura deve sempre ser compensada com a postura da reverência.
22 - Vraja Yogasana (postura da reverência): sentando-se sobre o calcanhar continue expirando enquanto flexiona o tronco a frente até sua cabeça encostar ou se aproximar do chão. Estique os braços para frente e preste uma reverência aos mestres da Yoga, ao espaço da prática, ao que há de mais sagrado dentro de você. Relaxe bem o pescoço e permaneça de 1 a 2 minutos na postura contrapondo o esforço realizado na região lombar pela postura anterior.
23 - Adho Muka Svanasana (postura do cachorro olhando para baixo): a partir da postura da reverência, erga o quadril, esticando as pernas. Mantenha as mão sobem abertas apoiando no chão e distancie mais um pouco os braços das pernas. Mantenha os pés um pouco separados e, expirando, contraia o abdômen e empurre o chão para frente com as mãos, buscando manter a coluna ereta e projetando o cóccix para trás e para cima tal qual um cachorro quando espreguiça. Mantenha os pés paralelos, apontando para frente, e as pernas bem esticadas realizando um alongamento na região posterior. Se não conseguir manter os calcanhares no chão, faça com que eles busquem o chão. Respire normalmente e permaneça na postura por pelo menos dois minutos. Expire e retorne com os joelhos no chão, na postura da mesa.
Adho Muka Svanasana
24 - Balancinho: a partir da postura da mesa, sente-se sobre os calcanhares e depois estique as pernas para frente na postura da bengala. Com a ajuda dos cotovelos, deite-se de costas para o chão e flexione os joelhos fazendo as coxas se encontrarem com o abdômen. Abraçando os joelhos balance o corpo para frente e para trás, realizando um massageamento dos músculos ao longo de toda a coluna. Balance, em seguida, de um lado para o outro, massageando os músculos laterais das costas e os rins. Inspire, estique as pernas e permaneça na postura deitada.
25 - Torção deitada: com a barriga para cima, flexione o joelho direito, aproximando a coxa do abdômen e mantendo o pé direito junto da coxa esquerda. Estique o braço direito para o lado direito e, expirando, empurre o joelho direito para a esquerda o máximo possível realizando a torção na coluna. Procure manter os dois ombros no chão. Inspire, traga o joelho de volta, repouse a perna no chão e realize o movimento para o lado oposto.
26 - Salamba Sarvangasana (postura da vela): com o corpo deitado, inspire e erga as pernas noventa graus do chão, mantendo todo o longo da coluna no solo e aponte os pés para cima. Levante também os braços apontando-os para cima. Permaneça alguns segundos, respirando normalmente. Em seguida, apoiando as palmas das mãos no chão, e inspirando, erga o tronco chão, com um leve balanço das pernas para trás. Dobre os cotovelos e apóie o tronco com as mãos. Vá erguendo o corpo o máximo possível, aproximando o peito do queixo. Mantenha o pescoço bem alinhado e não olhe para o lado enquanto realiza a postura. Fique cerca de cinco minutos na posição (exceto em período de menstruação). Em seguida deixe as pernas caírem para trás da cabeça, mantendo o pescoço alinhado durante todo o exercício. Expirando vai desfazendo a postura, encaixando vértebra por vértebra no chão.
* A postura da vela não é muito recomendada para mulheres em período de menstruação.
27 - Matsyanasana (postura do peixe): após a postura da vela, praticar essa postura para compensar o trabalho realizado na região do pescoço. Deitando com a barriga para cima apóie os cotovelos no chão e levante cabeça. Inspire abrindo o peito e colocando o topo da cabeça no chão. Respire normalmente e fique cerca de 30 segundos na posição. Para retornar apóie bem os cotovelos no chão e levante a cabeça, colocando, por fim, o corpo na postura deitada.
28 - Savasana (postura do cadáver): com o corpo deitado, separe um pouco as pernas e deixe os pés caírem para os lados. Aponte as palmas das mãos para cima numa atitude receptiva. Relaxe todo o corpo. Passeie com a atenção dos pés à cabeça e elimine toda as tensões musculares. Entregue-se à mãe terra, mantenha uma respiração suave e abdominal e a mente focada no momento presente. Permaneça de cinco a dez minutos na posição. Depois levante-se calmamente, espreguiçando e colocando-se na postura sentada, com a coluna ereta para fechar a prática.
Encerramento da prática: sente-se confortavelmente com a coluna ereta. Agradeça à presença toda-luminosa em seu coração e faça uma oração de fé em prol da saúde a da cura das pessoas à sua volta e do planeta. Entoe o mantra “Om” três vezes. Pratique novamente o Vraja Yogasana prestando reverência aos mestres da Yoga. Encerre a prática com alegria e disposição.
Namastê!
As diferentes escolas de Yoga
O maior expoente da tradição Smarta é o mestre Shankara, que viveu no século VIII, e através dos seus comentários dos Upanisads, Vedanta Sutra e Bhagavad Gita, difundiu e sistematizou a filosofia advaita, ou não-dualismo.
A tradição Smarta acredita que a meta última da entidade viva é alcançar Moksha, ou a liberação dos ciclos dos nascimentos e mortes (Samsara) através da observação do Dharma, ou dever natural da entidade viva. Uma vez estabelecida firmemente no Dharma, e suplantando os desejos por Kama (satisfação material) e Artha (desenvolvimento econômico), a entidade viva cria condições para atingir a liberação. Uma vez liberta, a entidade viva não precisa mais assumir nenhuma forma e se funde no Brahman, ou o Todo Universal, perdendo a sua individualidade.
De acordo com essa tradição, tudo o que existe está contido dentro de Brahman, não existindo uma realidade espiritual separada do universo. Os diferentes deuses são apenas representações simbólicas de aspectos específicos do Brahman, que em última análise é desprovido de forma, nome e características. A devoção (Bhakti) e a fé são apenas estágios pelo qual o praticante passa para atingir o conhecimento (Jnana), que lhe permite distinguir o que é real do que é ilusório, levando-o à Moksha.
De forma distinta, a tradição Vaishnava considera que o conhecimento, assim como o poder são inferiores à fé e à devoção. De acordo com o que afirma o mestre Vaishnava Srila Bhakti Raksak Shridhar Dev-Goswami Maharaj: “Quando o coração desperta, a função do cérebro se aposenta”. Em seu livro “A Busca Amorosa Ao Servo Perdido” Shridhar Maharaj é ainda mais enfático:
“O amor, a beleza, a afeição e a harmonia são o anseio mais íntimo de toda alma viva e não o poder, o conhecimento ou qualquer outra ciosa. Este é o diagnóstico de toda a Criação no tempo e no espaço; a causa comum é uma só. Mas é raro uma alma chegar a um estágio tão claro de anseio pela realidade que lhe permita entender este ponto. Encontramos poucas almas neste mundo realmente conscientes de sua necessidade mais íntima , que percebem que: ‘queremos Krishna! Queremos Vrndavana!’ ”
Nessa perspectiva, abordar o absoluto somente por Sua concepção Brahman é ter uma compreensão incompleta da realidade espiritual. Se os Vedas descrevem que a realidade última é composta por Sat (eternidade), Cit(consciência ou individualidade) e Ananda (bem-aventurança), o Absoluto Supremo não pode ser diferente. Brahman se refere apenas ao aspecto eterno do Absoluto, que é onipresente e oniabrangente. Contudo temos o aspecto consciência do absoluto que é chamado de Paramatma ou Superalma e o aspecto de bem-aventurança que é chamado de Bhagavan.
Paramatma é o aspecto localizado do Absoluto. Refere-se ao caráter onipenetrante da Divindade que se faz presente no coração de tudo o que é vivo e dentro de cada átomo e célula do universo, Bhagavan se refere ao aspecto pessoal do Supremo, que é oniatraente, pleno de nomes, formas e qualidades transcendentais à energia ilusória. Todo o encanto, a doçura e a beleza advindos das qualidades eternas da Pessoa Suprema, são fatores máximos de atração para as entidades vivas que, uma vez despertas para o mundo espiritual, têm a oportunidade de ingressar em uma relação amorosa, eterna e bem-aventurada com o Absoluto. Conforme corroborado por Sri Krishna no Bhagavad Gita:
“ Por meio da arte de conectar-se em serviço, oferecendo todas as suas atividades a Mim, com a compreensão de que apenas Eu sou a meta suprema, abrigue-se no enlace de sua inteligência coMigo e permaneça sempre e lealmente devotado a mim” (Sri Gita 18.57).
Para o Vaishnava o serviço devocional ao mestre espiritual e à Pessoa Suprema é ao mesmo tempo o fim e o meio pelo qual a entidade viva realiza o seu potencial pleno. A posição da entidade viva é inconcebível, sendo simultaneamente una e separada do Senhor. Una por que é feita da mesma substância espiritual - composta por eternidade, consciência ou individualidade e bem aventurança - mas separada porque, diferente de Bhagavan, que é infinito e ilimitado, a entidade viva é finita e limitada.
“A verdade absoluta, a substância transcendental que é objeto de nossa indagação através da fé, está dotada de todo poder e de toda consciência. Ele é bondoso, benevolente e doce. Seu poder é infinitamente superior ao nosso, e nós somos infinitamente menores do que Ele. Nossa atitude deve ser de que, comparados a Ele, somos insignificantes.” – Srila B.R Shridhar Dev-Goswami Maharaj
Somente por meio da fé e da rendição ao Centro Absoluto, a entidade viva pode transcender ao ambiente ilusório e situar-se na plataforma espiritual de serviço devocional amoroso ao Senhor.
É importante, que o praticante e estudante de Yoga saiba discernir essas duas correntes filosóficas para não se deixar levar por uma compreensão parcial da realidade espiritual, correndo o risco de almejar uma dissolução total no Brahman impessoal, tornando-se assim desprovido das qualidades espirituais necessárias para uma relação de amor, afeto, beleza, doçura e encanto, que se origina de uma atitude de humildade, submissão e rendição ao Mestre Espiritual e à Suprema Personalidade de Deus.
PRANAYAMA
“Quando a respiração é irregular, a mente oscila; quando a respiração se vai, a vida também se vai, portanto, o controle da respiração prolonga a vida.” Hatha Yoga Pradipika .
A palavra pranayama traz a idéia de controle, expansão e canalização do prana, ou força vital. A atividade respiratória está diretamente associada ao movimento do prana, por isso a prática consciente da respiração tem o poder de harmonizar os vayus e os chacras, promovendo tanto uma melhora no funcionamento dos órgãos vitais, quanto no estado mental e emocional do praticante.
É importante ressaltar que, no nível físico, a respiração é a única função orgânica que é controlada tanto pelo sistema nervoso cerebroespinhal, quanto pelo sistema nervoso autônomo. Ou seja, a atividade respiratória acontece tanto voluntariamente, quanto involuntariamente, diferentemente dos outros órgãos, como o coração e os intestinos, que só funcionam de forma involuntária. Estudiosos acreditam que essa seja uma importante dica do criador para adentrarmos nos reinos inconscientes e promover uma transformação do nosso estado físico e psíquico.
O Hatha Yoga nos traz uma série de técnicas de pranayamas que têm o objetivo de alterar o estado de consciência do praticamente por meio dos exercícios respiratórios. Para praticar qualquer uma dessas técnicas o praticante deve, no entanto, ser bem atento e cuidadoso e não abusar desses exercícios. Recomenda-se também que a primeira vez que for praticar seja feita junto com um professor ou com alguma pessoa que já pratique há algum tempo. São muitos os iogues que alertam para os distúrbios físicos e psíquicos causados por uma prática irresponsável dos pranayamas. Temos nas mãos ferramentas poderosas, mas que devem ser usadas com muita consciência. Ao menor sinal de taquicardia, tontura, náusea, falta de ar ou vertigem, a prática do exercício deve ser imediatamente interrompida. O praticante deve deitar então com sua barriga para cima e calmamente praticar a respiração abdominal até que se normalize a respiração e os batimentos cardíacos.
Apresentaremos aqui cinco técnicas simples que trarão incontáveis benefícios para aqueles que estão ingressando na prática de Yoga.
1. Mahat Pranayama ou Respiração Completa
Descrição: a respiração completa é o estágio primário do trabalho de pranayama. Com ela energizamos todo o tronco, aproveitando melhor a capacidade dos pulmões. Se pudermos desenvolvê-la não somente durante a prática, mas ao longo de todo nosso dia, representará um significativo avanço no caminho da Yoga.
A respiração completa acontece em três alturas diferentes dos pulmões:
- respiração abdominal ou diafragmática: nessa respiração utilizamos a porção inferior dos pulmões e exigimos mais do diafragma, o músculo situado na base dos pulmões e que auxilia no movimento respiratório. Quando inspiramos sentimos o diafragma se expandindo na direção do abdômen, auxiliando na dilatação dos pulmões. Quando expiramos sentimos o diafragma se contraindo, ajudando na expulsão do ar dos pulmões. Os músculos abdominais também se contraem, auxiliando no movimento.
- respiração toráxica: acontece na porção média dos pulmões. Durante a respiração sentimos a movimentação lateral das costelas, observando a expansão e retração da caixa toráxica.
- respiração clavicular ou apical: nessa respiração utilizamos a porção superior dos pulmões, o que provoca uma suave elevação da cintura escapular, que pode auxiliar no alívio de tensões na região dos ombros e do pescoço.
Técnica: sente-se de forma confortável, com a coluna ereta. Comece primeiramente tomando consciência da sua respiração, observando como ela acontece no momento presente. Devagar vá interferindo na respiração, e comece a expirar completamente, eliminando os ar velho e as toxinas. Em seguida inspire profundamente, dando início a uma respiração profunda e suave, observando um leve intervalo entre a inspiração e a expiração, tanto com os pulmões cheios quanto vazios. Mantendo a mente presente, leve suas mãos na altura do umbigo e pratique a respiração diafragmática observando o abdômen expandindo na inspiração e se contraindo na expiração. Permaneça assim por pelo menos três ciclos respiratórios e leve as mãos na parte inferior das costelas e pratique a respiração toráxica sentindo os movimentos laterais realizados pelas costelas. Após três ciclos respiratórios (pelo menos), leve suas mãos na parte superior do peito, com os dedos sobre as clavículas e pratique a respiração clavicular, sentindo o suave movimento das clavículas e da cintura escapular. Após esse trabalho, repouse as mãos na altura dos joelhos e sinta as três respirações acontecendo de forma sincronizada. Na inspiração expanda primeiro o abdômen, em seguida as costelas e depois a parte superior do peito. Na expiração. Contraia primeiro a parte superior do peito, em seguida as costelas e por fim o abdômen. Permaneça por cerca de três minutos observando esse movimento ondular da respiração mantendo a mente atenta, a coluna ereta, e o olhar concentrado entre as sobrancelhas. Procure equilibrar o tempo da expiração e da inspiração, buscando chegar a uma respiração suave e confortável.
Benefícios: aumento da capacidade respiratória, fortalecimento do diafragma, energização de todo o tronco, harmonização dos chacras e vayus, melhora geral no estado mental e emocional.
2. Ujjayi Pranayama
Descrição: o ujjayi pranayama, consiste na contração da glote de forma que o ar penetre os pulmões de forma mais direcionada e concentrada. Pode ser praticado juntamente com outros exercícios de asanas e pranayama.
Técnica: tendo como base a respiração completa, faça um movimento com a glote parecido com aquele que fazemos quando vamos embaçar o espelho, só que com a boca fechada. O praticante deve sentir o ar raspando o fundo da garganta, de forma que seja audível o som da sua respiração.
Benefícios: aumenta a oxigenação, aumenta a resistência do corpo em práticas mais intensas, favorece a concentração e o direcionamento da mente.
3. Nadi Shodana
Descrição: Nadi Sodhana significa purificação dos nadis. O exercício consiste na respiração alternada entre as duas narinas proporcionando uma limpeza dos canais ida e pingala e uma ativação do shusumna nadi. Essa técnica quando realizada em conjunto com ujjayi pranayama torna-se mais intensa.
Técnica: após a prática da respiração completa, exale completamente o ar pelas duas narinas. Com a mão direita execute Vishnu mudra flexionando os dedos médio e indicador, deixando livres os dedos polegar e anelar. Após a exalação, feche a narina esquerda com o dedo anelar, e inale pela narina direita. Suspenda a respiração com os pulmões cheios (antara kumbhaka) enquanto você fecha a narina direita com o polegar e libera a narina esquerda. Exale então pela narina esquerda. Suspenda agora a respiração com os pulmões vazios (bahya kumbhaka) por 2 segundos e inale pela narina esquerda. Suspenda a respiração enquanto fecha novamente a narina esquerda, antes de liberar a narina direita. Exale então pela narina direita, completando um ciclo completo de nadi sodhana. Realize calma e atentamente três ciclos deste exercício. Após exalar pela última vez pela narina direita, solte sua mão e inspire normalmente pelas duas narinas. Pratique um pouco de respiração completa após o exercício.
Benefícios: equilibra prana e apana vayu, estimula o funcionamento dos chacras, aumenta a capacidade respiratória, equilibra os nadis ida e pingala e estimula a kundalini na base de shushumna nadi.
Precauções: como todas as técnicas de pranayama, esse exercício exige muita atenção e moderação. Diversos iogues alertam para o perigo da prática descuidada dos exercícios de pranayama. Nadi shodana não é recomendável para pessoas com desvio de septo nasal.
4. Bhastrika Pranayama
Descrição: O bhastrika pranayama, ou respiração de fole, consiste na aceleração dos ciclos respiratórios promovendo uma limpeza e desobstrução das vias respiratórias.
Técnica: inicialmente este exercício pode ser praticado em pé, com as mãos apoiadas sobre os joelhos. De qualquer forma a coluna deve ser mantida ereta (apesar de inclinada) durante todo o exercício. Após uma vigorosa exalação, acelere aos poucos, a respiração, contraindo o abdômen na expiração e expandindo na inspiração. Chegue até a maior velocidade em que puder manter a coordenação da respiração com a contração abdominal. Dê uma ênfase um pouco maior na expiração, já que os pulmões se enchem naturalmente quando estão vazios. O pescoço, o tronco e a coluna devem se manter completamente firmes, sem acompanhar o movimento realizado pelo abdômen. Após cerca de trinta segundos, acalme novamente a respiração e execute com atenção cinco ciclos de respiração completa. Realize esses exercícios por três vezes, fazendo essa pausa entre cada série.
Benefícios: fortalece os músculos da respiração, purifica as vias respiratórias e prâncias, elimina estados mentais de sonolência e desânimo, estimula a atividade digestiva, esquenta o corpo e ativa prana e apana vayu.
Precauções: esse exercício é contra-indicado para pessoas com hipertensão arterial, enfermidades no estômago ou lesões cerebrais.
Observações: essa técnica é especialmente recomendada para aquecer o corpo antes das práticas realizadas em período de inverno. Pode ser praticada debaixo de uma ducha de água fria.
5. Kapalabhati Pranayama
Descrição: traduz-se como a respiração do crânio luminoso. Consiste na realização de vigorosas expirações, sendo uma técnica poderosa de purificação e eliminação de toxinas do corpo.
Técnica: também pode ser praticado em pé, com as mãos na cintura, a coluna ereta, tronco e pescoço firmes. Inspire calma e profundamente, enchendo plenamente os pulmões. Projetando o umbigo para dentro e para cima, expire vigorosamente, exalando de uma só vez o ar de seus pulmões. Permaneça por alguns instantes com os pulmões vazios e em seguida inspire calmamente se preparando para repetir o exercício. Realize esse exercício de três a cinco vezes e então pratique alguns ciclos da respiração completa.
Benefícios: limpeza das vias respiratórias e prânicas, eliminação de toxinas do corpo. Ativa udana vayu, proporcionando equilíbrio e clareza mental.
Precauções: esse exercício não é recomendado para pessoas com hipertensão, distúrbio bipolar, enfermidades nos olhos e ouvidos e em período de gestação.
As Principais Formas de Yoga
Em Karma Yoga, a Yoga da Ação, afinamos a União com o Supremo através da libertação dos resultados das ações materiais por meio da prática do desapego em relação aos frutos de nossas ações, ou seja por meio do cultivo da ação abnegada.
“Renunciando a todo apego ao fruto da ação, execute sempre suas atividades prescritas por uma questão de dever. Pela execução contínua da ação sem apego, o ser vivente obtém a liberação. E a verdadeira liberação é o estado de exclusiva devoção atingida no amadurecimento final da ação abnegada.” (Sri Gita, 3.26)
Em Jnana Yoga, a Yoga do Conhecimento Divino, a União com o Supremo é buscada através do estudo da realidade espiritual que pode ser feito através das escrituras sagradas ou da associação com um mestre espiritual genuíno. “Ó Pandava! Após receber esse conhecimento da verdade transmitido pelo Guru, você não mais se iludirá e será capaz de compreender que toda espécie de vida, seja humana, de ave ou animal é igual em sua identidade individual de alma espiritual, ou jivatma. Sua comparativa gradação material deve-se apenas aos atributos externos. Todos situam-se em Mim como efeito, sendo que Eu próprio sou a causa suprema.” (Sri Gita, 4.35)
Bhakti Yoga, a Yoga da Devoção, é considerada pela tradição Vaishnava, a Yoga Suprema, superior a todas as outras. Em Bhakti Yoga, o devoto busca a união com o Supremo através da prática do serviço devocional amoroso, ou sêva, ao mestre espiritual e à Suprema Pessoa. O sêva nasce do fortalecimento da fé no Mestre Espiritual, se desenvolve com o cultivo da devoção (que compreende qualidades como humildade, rendição e entrega) e culminam no desenvolvimento do amor puro e desinteressado por Govinda, a Pessoa Original. “ Aqueles que com fé pura absorvem suas plenas consciências em pensar nesta minha divina forma de Syamasundara, e Me adoram constantemente no caminho da devoção exclusiva são claramente os mais elevados conhecedores da divina unidade (ioga). De fato, esta é a minha opinião” (Sri Gita, 12.2)
Hatha Yoga, é uma forma de Yoga que integra as bases filosóficas das supracitadas formas de Yoga e busca o controle dos sentidos externos através da prática de posturas psicofísicas, exercícios respiratórios e meditação, de forma que seja possível o cultivo da saúde do corpo e da mente necessária para o melhor aproveitamento das potencialidades do praticante no cumprimento do seu dever e no seu processo de auto-realização. “Sobriamente mantendo seu tronco, cabeça e pescoço eretos, alçados e equilibrados, o iogue deve fixar seu olhar na ponta de seu nariz, sem olhar em nenhuma outra direção. Tranquilo, destemido e seguro no voto de celibato, deve meditar em Minha forma Visnu de quatro braços e, absorvendo-se em Minha direção deve praticar ioga." (Sri Gita, 6.13,14)
Aulas do Templo de Goura Nitai
Programação do curso Vivencial de Yoga em Teresópolis
08:00 - Aula de Yoga
09:00 - Apresentação e introdução ao tema
10:00 - Textos clássicos: Bhagavad Gita e Yoga Sutra
11:00 - Alimentação e hábitos diários
12:00 - Almoço (por conta do participante)
14:00 - Chacras - centros de energia
15:00 - Asanas - posturas psicofísicas
16:30 - Pranayamas - controle da energia vital através da respiração
17:30 - Relaxamento final
Domingo, dia 17 de maio, Sítio Ramandanda/Templo de Goura Nitai, com Afonso Domingues
09:00 - Introdução aos mantras
09:30 - Cerimônia de arati (oferenda no altar) com canto de mantras e canções devocionais
10:00 - Aula de Bhakti Yoga: estudo dos textos sagrados
10:30 - Aula de Hatha Yoga
11:30 - Satsanga: reunião final e encerramento do curso
OS FACILITADORES
Gabriel Domingues, iniciado na prática de Yoga por seu pai, Afonso Domingues, no ano de 2002, quando recebeu iniciação do mestre espiritual Srila B.S Govinda Dev-Goswami Maharaj. Realizou estágios entre os anos de 2006 e 2007 com a mestra Regina Shakti no Krishna Shakti Ashram, em Campos de Jordão-SP. Formado pelo curso livre de formações de professores de Yoga da escola Shakti Yoga em Juiz de Fora-MG.
Afonso Domingues (Amiya Krishna), nasceu no Rio de Janeiro, no dia 18 de dezembro de 1956. Filho do Jornalista Heron Domingues (famoso locutor do repórter Esso), concluiu seus estudos na Suíça no início da década de 1970 e empreendeu uma viagem por terra, passando pelo Oriente Médio, até a Índia. Em suas peregrinações conheceu pessoas importantes para sua trajetória espiritual, entre elas Madre Teresa de Calcutá.
No sul da Índia recebeu uma importante iniciação espiritual do Padre Bede Grifiths que lhe apresentou um caminho de conciliação da compreensão védica e cristã da realidade. Passou então a se dedicar à prática e ao conhecimento de Yoga e meditação. Retornando ao Brasil no início da década de 1980, iniciou seu trabalho como terapeuta e instrutor de Yoga. Desde então vem ministrando aulas e palestras em várias cidades do Brasil. Em 1994 conheceu o mestre B.S Govinda Dev-Goswami Maharaj e ingressou na escola Vaisnava de Sri Chaitanya Mahaprabhu sem, no entanto, se desconectar do legado deixado pelo seu antigo mestre. Vive hoje com sua esposa e filhos em um sítio em Teresópolis, onde mantém com sua família um pequeno ashram destinado ao cultivo do conhecimento espiritual genuíno trazido por seus mestres espirituais. O ashram mantém uma programação regular com práticas e vivências de Yoga.
Curso Vivencial de Yoga em Teressópolis
Olá amigos,
O curso vivencial de Yoga tem o objetivo de introduzir o participante na prática de Yoga, assim como aperfeiçoar a prática e o conhecimento daqueles que já praticam.
É um curso simples, com carga horária de 12 horas.
O custo é de R$150,00 e inclui o material didático. Aqueles que se interessarem favor mandar um e-mail para gabrielgopinatha@yahoo.com.br contendo as seguintes informações:
Nome:
Telefone:
E-mail:
O que espera do curso:
Namastê!
O QUE É YOGA?
A palavra “Yoga” significa literalmente “união”. A raiz “yug” nos remete a idéia de junção, ligação, conexão. É toda atividade que busca o reencontro, a re-ligação com a identidade verdadeira do ser individual.
Yoga parte da premissa de que a verdadeira identidade do ser individual situa no plano da alma que, de acordo com autoridades no assunto, é constitucionalmente espiritual, sendo por isso eterna, plena de conhecimento e bem-aventurança: “Saiba que a alma que penetra o corpo inteiro é imperecível. Ela é imutável, perpétua, e ninguém pode destruí-la (Sri Gita 2.17).
Dessa forma, a prática de yoga visa limpar o espelho da alma, eliminando toda ignorância que faz com que a pessoa se identifique com aquilo que é presa do sofrimento e da morte. “Todas as misérias desaparecem quando se alcança o contentamento do coração. A inteligência de tal pessoa logo absorve-se inteiramente em sua meta desejada. Portanto, somente por meio de bhakti (devoção) tranqüiliza-se o coração (Sri Gita 2.65)”.
A idéia de Bhakti, ou devoção, aparece em Yoga à partir do amadurecimento desse processo de auto conhecimento, em que naturalmente começa a ser revelado no coração do praticante a sua relação eterna com o Absoluto. “A alma impecável e pura de coração, que está satisfeita no eu e atingiu sua natureza divina consciente, não se lamenta nem anseia por algo. Vendo a todos os seres igualmente, gradualmente atinge devoção suprema por Mim (Sri Gita 18.54).
A troca amorosa e recíproca com o Senhor Supremo presente no âmago de tudo o que vive, traz para a alma todo o tipo de prazer extático que erroneamente é buscado nas coisas passageiras do mundo. “Eu recíproco à medida que a pessoa se refugia
A partir do momento em que iniciamos nossa jornada rumo ao centro absoluto, percebemos, aos poucos, os doces vestígios de uma bela realidade transcendental a este plano da mortalidade. Experienciar doçuras vindas de províncias superiores é fundamental para que o praticante fortaleça sua fé e se sinta impelido a continuar sua trajetória.
Pra começo de Conversa
" A visão e informação que vou lhe passar, portanto, faz parte dessa tradição da Civilização Védica que vivia conforme esses princípios até 5.000 anos atrás. Não é uma questão literária mas o literário neste caso serve para descrever fatos históricos que envolvem acontecimentos que implicam na compreensão e aceitação de certos preceitos básicos:
1: Não somos o corpo físico mas a alma espiritual eterna.
2: Reencarnamos vida após vida segundo o nosso karma (lei universal da ação e reação).
3: Karma são as ações que executamos com o uso de nosso livre-arbítrio e que nos enredam em uma sucessão de reações que exigem continuidade de nossa vida neste plano de existência material, vida após vida.
4: Na hora da morte, o tipo de consciência que manifestamos resulta do tipo de consciência que cultivamos em vida e determina para onde vamos na próxima vida. Se vivermos apegados a explorar as coisas deste mundo físico mortal adquiriremos dívida de karma e voltaremos a nascer neste plano de vida material para colher os frutos do karma; se desenvolvemos uma consciência espiritual, iremos para planos de existência espirituais, livres do corpo material mortal.
5: O Brahman é a natureza espiritual original, a refulgência do corpo transcendental de Deus, a fonte de onde todos nós emanamos como pequenas centelhas de consciência. Retornar ao Brahman é voltar à estaca zero, ou ao nirvana dos budistas (nir =nada, vana = plano).
6: Deus é simultaneamente a Energia Total (Brahman), a Consciência Total (Paramatma) e a Pessoa Suprema (Bhagavan). Esta característica de ser pessoa compõe Sua todo-atratividade. Ele é atraente também por ser a pessoa todo-afetuosa, amorosa, bela, brincalhona, sábia e iluminada entre todas as Suas criaturas.
7: Por sermos partículas infinitesimais dEle, possuímos algumas das características dEle Mesmo, como ser gente, por exemplo, e querer manter relacionamentos com outras criaturas predominantemente baseados em afeto, amor e felicidade.
8: Deus é o desfrutador e, como partezinhas dEle, nós também buscamos por prazer, encanto, afeto e beleza. Ele é akila rasamrita murti, o reservatório infinito dessas coisas prazerosas todas que procuramos em nossas vidas.
9: Assim, o objetivo da religião verdadeira é nos conectar a Krishna, o Belo e Encantador Senhor Supremo, despertar gradualmente nosso amor dormente por Ele (bhakti-ioga) e ir embora deste mundo mortal de volta ao lar espiritual, de volta ao Supremo. Esse deve ser o objetivo final de todos os nossos esforços de vida.
10: Krishna viveu em Pessoa no Século XV na região de Navadwip (Bengala Ocidental) onde, como Sri Chaitanya Mahaprabhu, inaugurou seu Movimento do Canto Congregacional dos Santos Nomes de Krishna para livbertaçãõ das almas da vida condicionada a este mundo. Ele propagou as glórias infinitas do cantar dos Santos Nomes d Deus."
Leia o artigo na íntegra no site www.bhuvana.com.br
E o Caminho das Índias?
Começo hoje a publicar alguns extratos publicados recentemente por Sripad Bhuvana Mohan Prabhu em seu site, respondendo a perguntas surgidas a partir de certos aspectos da cultura indiana retratadas na novela Caminho das Índias.
Espero que vocês gostem e aproveitem as brilhantes respostas.
SRIPAD BHUVANA MOHAN PRABHU:
O PÙBLICO DA REDE GLOBO
Desculpo a autora e a produção por saber que a TV Globo e as grandes empresas comunicadoras de massas têm como objetivo atingir um público formado por pessoas em geral dotadas de uma mentalidade mundana, interessadas nos aspectos mais chocantes da vida material: crime, roubo, prostituição, traição, violência de todo tipo, grosseria, desarmonia, inveja, ciúme, ódio, baixaria, luxúria e tudo o mais que compõe os roteiros de vida deste mundo material e dos palcos de nossa cultura popular.
Nosso público de hoje não se diferencia muito do público de 2000 anos atrás que ia ao circo romano para ver seres humanos trucidando-se com espadas, lanças, tacapes e outras armas ou serem devorados por leões. Essa era a diversão da nossa “grandiosa” civilização romana.
Hoje, as mesmas pessoas ligam a TV e recebem boas doses dessa mesma violência e adrenalina em shows mais reais que a realidade.
Posso entender suas dúvidas sem necessidade de ver a novela pois elas dizem respeito a uma realidade que conheço bem. Eu sei que a Índia também tem esse lado escuro. Lá encontrei os homens mais santos e iluminados e soube dos homens mais demoníacos. Mas eu aprendi o caminho que atravessa essa perigosa “linha amarela” e chega às regiões seguras, de grande beleza e luz espiritual.
Por isso, não me espanta que se queira de algum modo denegrir a imagem da Índia com um roteiro que mostre aspectos dos exóticos costumes daquele povo. Claro que não vamos nos deixar desencantar das coisas que aprendemos a amar porque há pessoas que não as praticam nem apreciam. Preciso levar às pessoas a informação apropriada e verdadeira para podermos situar a falsidade em sua própria perspectiva.
Será um problema se o público pensar que a Índia é a novela da Globo. Esse tipo de realidade mostrada na novela diz respeito a um grupo de pessoas/personagens que manifestam características de personalidade mundana, egocêntrica, luxuriosa, invejosa etc. Isso é exigência da trama da novela.
Entendo que ver coisas sagradas fazendo parte da vida de pessoas de caráter mundano faz com que as coisas sagradas sejam vistas como fanatismo, loucura, ignorância, ainda mais por não serem justificadas com uma compreensão mais profunda do que aquilo tudo significa.
É como no nosso mundo; não podemos imaginar que toda experiência religiosa do povo brasileiro seria exemplificada pela prática do religionismo motivado materialmente que vendeu indulgências, se envolveu nas cruzadas, apoiou a escravidão, produziu a inquisição e está a produzir ainda hoje as “quartas-feiras de milagres” para vender aos fiéis coisas materiais como a cura de doenças, um bom casamento, ganhar dinheiro, exorcismo etc.
Na Índia não há igrejas cristãs que vendem milagres por um dízimo; não existem grandes organizações religiosas como aqui. Lá, em geral, o povo adora diretamente Durga (a energia Material) e Shiva (o poder masculino) também para obter deles benesses materiais: riqueza, poderes, fama, prazer sensual etc. É óbvio que, por isso, as adorações a Durga e a Shiva são as mais difundidas no meio da população ignorante da Índia e me parece que a novela esteja mostrando pessoas dessa categoria social.
Para ler na íntegra o artigo de Sripad Bhuvana Mohan Prabhu, acesse o site www.bhuvan.com.br
Sripad Bhuvana Mohan Prabhu
Hoje apresento a vocês um amigo muito querido e especial, que ao mesmo tempo é considerado como um pai, protetor e instrutor da nossa família Vaisnava no Brasil.
Sendo um incansável pregador da consciência de Krishna no Brasil e no mundo, há mais de trinta anos ilumina a todos com seus ensinamentos repletos de lúcidez e substância espiritual. É discípulo querido dos três maiores mestres vaisnavas da atualidade, sendo por isso uma autoridade nos assuntos relacionados à auto realização e despertar espiritual.
Minhas reverências a Sripad Bhuvana Mohan Prabhu!
Olá Amigos,
Nesses dias atuais em que o “Caminho das Índias” passa a ser difundido pelos meios de comunicação de massa, faz-se necessário fazer alguns esclarecimentos para que as pessoas entendam mais profundamente o significado do grande legado da mãe Índia à toda humanidade.
Penso que antes da pessoa abrir a boca para falar “da ignorância daquele povo” ‘fanático’, ‘politeísta’, ‘idólatra’, ‘supersticioso’, ‘preconceituoso’, ‘miserável’ e tantos outros adjetivos que tenho escutado nesses últimos meses, essa pessoa deve colocar suas barbas de molho e se lembrar que estamos falando da cultura mais antiga que existe atualmente no planeta, sendo o berço de toda a cultura, ciência e espiritualidade que conhecemos.
Encontramos em alguns textos védicos, datados de mais de 5.000 anos, informações sobre diversas áreas da ciência, como, física, matemática, astrofísica e medicina que somente agora a ciência moderna está começando a dar conta.
Devemos lembrar também que trata-se de um povo que aprendeu a olhar o mundo com os olhos da fé, não perdendo a noção do sagrado e da imanência de Deus em todas as coisas. Esses e outros valores que a nossa dita evoluída civilização ocidental deveria aprender, tal qual um discípulo que humildemente se aproxima do seu mestre, sentado em lótus sob uma árvore, para ouvir as instruções que ele tem a transmitir, originadas da sabedoria profunda de seu amplo coração amoroso.
Não estou negando todo o mundo de contradições (miséria, fome, discriminação) que encontramos na Índia, que aliás (ao contrário do que andam dizendo por aí) se deve muito mais aos séculos de influência da mentalidade materialista-exploradora-excludente ocidental, do que pelo interesse demonstrado pela vida espiritual e pela visão do sagrado presente em tudo o que vêm.
Trago então a partir de hoje uma série de artigos que podem mostrar aos leitores o caminho não das Índias, mas da nossa mãe Índia.
Namastê!
O dia 11 de março foi marcado pela celebração auspiciosa da lua cheia de Gouranga. No templo de Goura Nitai reuniram-se para a festa devotos e amigos queridos.
A cerimônia incluiu adoração às deidades de Goura Nitai, canto devocional, leitura dos textos de sagrados que relatam o nascimento de Caitanya Mahaprabhu, distribuição de prasadam (alimento oferecido ao Senhor), muitos festejos, dança, alegria e corações vibrantes com o fogo do amor divino. Sem dúvida uma noite inesquecível!
O Que é Yoga?
A palavra “Yoga” significa literalmente “união”. A raiz “yug” nos remete a idéia de junção, ligação, conexão. É toda atividade que busca o reencontro, a re-ligação com a identidade verdadeira do ser individual.
Yoga parte da premissa de que a verdadeira identidade do ser individual situa no plano da alma que, de acordo com autoridades no assunto, é constitucionalmente espiritual, sendo por isso eterna, plena de conhecimento e bem-aventurança: “Saiba que a alma que penetra o corpo inteiro é imperecível. Ela é imutável, perpétua, e ninguém pode destruí-la (Sri Gita 2.17).
Dessa forma, a prática de yoga visa limpar o espelho da alma, eliminando toda ignorância que faz com que a pessoa se identifique com aquilo que é presa do sofrimento e da morte. “Todas as misérias desaparecem quando se alcança o contentamento do coração. A inteligência de tal pessoa logo absorve-se inteiramente em sua meta desejada. Portanto, somente por meio de bhakti (devoção) tranqüiliza-se o coração (Sri Gita 2.65)”.
A idéia de Bhakti, ou devoção, aparece em Yoga à partir do amadurecimento desse processo de auto conhecimento, em que naturalmente começa a ser revelado no coração do praticante a sua relação eterna com o Absoluto. “A alma impecável e pura de coração, que está satisfeita no eu e atingiu sua natureza divina consciente, não se lamenta nem anseia por algo. Vendo a todos os seres igualmente, gradualmente atinge devoção suprema por Mim (Sri Gita 18.54).
A troca amorosa e recíproca com o Senhor Supremo presente no âmago de tudo o que vive, traz para a alma todo o tipo de prazer extático que erroneamente é buscado nas coisas passageiras do mundo. “Eu recíproco à medida que a pessoa se refugia
A partir do momento em que iniciamos nossa jornada rumo ao centro absoluto, percebemos, aos poucos, os doces vestígios de uma bela realidade transcendental a este plano da mortalidade. Experienciar doçuras vindas de províncias superiores é fundamental para que o praticante fortaleça sua fé e se sinta impelido a continuar sua trajetória.
Satisfação Interior
Trazemos aqui a gravação da leitura do segundo capítulo do Livro "Satisfação Interior" do nosso adorável Mestre Espiritual Srila Bhakti Raksak Shridhar Dev-Goswami Maharaj.
São dez minutos de muita clareza e doçura vindas de um verdadeiro guardião da devoção.
Lua Cheia de Gouranga
Todas as glórias ao meu Gurudeva Srila Bhakti Sundar Govinda-dev Goswami Maharaj!
Em meio a Bhajans, a narração do Chaitanya Charitamrta descreve o cenário mágico, encantado e todo-auspicioso em que se deu o aparecimento de Sri Nimai Sundar. Milhares de pessoas cantavam à beira do Ganges os nomes de Deus enquanto a lua cheia, tímida, se escondia, eclipsada, para dar lugar à maior e mais Gloriosa Lua Dourada que descia diretamente da morada transcendental de Goloka Vrndavana.
O indescritível sentimento de júbilo sentido nessa sagrada ocasião pode ser saboreado pelos felizes devotos que revivem a chegada desse Vulcão Dourado do Amor Divino que há mais de cinco séculos vem varrendo todo o planeta com o seu fogo purificador do canto congregacional dos Santos Nomes de Sri Sri Radha-Krishna. O próprio senhor Krishna descendeu até nós na posição de amante e não de amado para saborear o êxtase produzido pelo amor sincero do devoto puro pela Suprema Pessoa.
Prevendo os possíveis sofrimentos físicos que o amor extático levado ao extremo poderia causar em tão incrível encarnação do Senhor, Srimati Radharani compadeceu-se e envolveu o Senhor em Sua aura dourada para proteger-Lo de toda dor.
" Nasce o Senhor Chaitanya Mahaprabhu! Jaya Sacinandana! Jaya Goura Hari! O Avatar Dourado, que trouxe para a Terra o abrigo supremo, o conforto máximo para as almas enredadas no universo material. A Doçura Suprema inaugura a era da misericórdia absoluta, e escancara a porta do Céu: “ Cante Hare Krishna uma única vez com sinceridade em seu coração que você estará salvo!”.
Como lembrou o Prabhu Bhuvana Mohan: “Não importa quem você seja, um único nome KRISHNA é mais poderoso que a soma de todos os seus pecados cometidos em todas as suas vidas passadas. Deus é onipotente e pode vir a seu socorro assim que o chamar.”